Irmãos e irmãs,
Nesta noite, somos convidados a refletir sobre um tema fundamental para a nossa vida: a perseverança na missão, sustentados pela esperança que vem de Deus. As leituras de hoje, da Carta aos Hebreus e do Evangelho de São Marcos, nos oferecem importantes ensinamentos sobre esse tema, e a vida de São Paulo nos serve de inspiração.
A primeira leitura nos fala da Palavra de Deus que consegue penetrar em nossos corações e discernir nossos pensamentos e intenções. Essa Palavra não é apenas um livro antigo, mas sim, a Palavra de Deus, pela qual Deus que nos fala, e usando-a nos ilumina, nos guia em nossa jornada e em nossa missão. Ela nos confronta com a verdade, quando estávamos voltados para a mentira, nos corrige quando estamos errados e nos fortalece para perseverar na missão que Deus nos confiou, quando estávamos desanimados.
A carta aos Hebreus nos convida a nos aproximarmos de Cristo com confiança, certos de que encontraremos misericórdia e auxílio oportuno em nossas necessidades. Essa é uma mensagem de grande consolo e esperança para nós, principalmente vivenciando esse ano Jubilar, às vezes nos sentimos fracos e desanimados diante dos desafios da missão que Deus nos confiou. Deus nos oferece sua graça para nos sustentar e nos impulsionar a seguir em frente.
Indo para o Evangelho, vemos Jesus chamando Levi, um cobrador de impostos, para segui-lo. Levi prontamente atende ao chamado e se torna um discípulo de Jesus, Mostrando que devemos ser como a Santíssima Virgem, prontos para serviço, se Deus nos chama, VAMOS! Apressadamente como Maria: "Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas" Em seguida, Jesus se senta à mesa com pecadores, o que causa a indignação dos fariseus. Jesus, porém, responde que não veio chamar os justos, mas os pecadores. Essa passagem nos mostra a natureza inclusiva da missão de Jesus, que acolhe a todos, especialmente aqueles que mais precisam de sua misericórdia. Como dizia Santa Teresinha: O mesmo ocorre no mundo das almas, o jardim de Jesus. Ele quis criar grandes santos, que podem ser comparados aos lírios e às rosas; mas criou também outros menores, e estes devem se conformar em ser margaridas ou violetas destinadas a alegrar os olhos de Deus quando contempla seus pés. A perfeição consiste em fazer sua vontade, em ser aquilo que Ele quer que sejamos... Compreendi também que o amor de Nosso Senhor se manifesta tanto na alma mais simples, que não coloca nenhuma resistência a sua graça, quanto na alma mais sublime. É próprio do amor abaixar-se. Se todas as almas se parecessem às dos santos doutores que iluminaram a Igreja com a luz de sua doutrina, parece que Deus não teria que se abaixar bastante para vir a seus corações. Mas criou a criança, que nada sabe e só balbucia fracos gemidos, criou o pobre selvagem, que só tem a lei natural para guiá-lo. E também a seus corações ele se abaixa! São suas flores campestres, cuja simplicidade o encanta...
São Paulo, cuja novena celebramos, é um exemplo extraordinário de perseverança na sua missão. De perseguidor dos cristãos, ele se tornou um apóstolo incansável, levando o Evangelho aos confins da Terra. Paulo enfrentou inúmeras dificuldades e perseguições, mas nunca desistiu de sua missão, pois sua fé e sua esperança em Cristo eram inabaláveis.
A esperança é uma virtude teologal que nos impulsiona na caminhada cristã. Ela nos permite olhar para o futuro com confiança, mesmo em meio às dificuldades. A esperança em Cristo é a âncora que nos mantém firmes em meio às tempestades da vida. Sem esperança, é difícil perseverar na missão, por isso vivenciando este Ano Jubilar, somos convidados a renovar nossa esperança, pois “Sem esperança, é difícil perseverar na missão”.
Que, a exemplo de São Paulo, possamos cultivar a esperança em Cristo e perseverar na missão que Deus nos confiou, certos de que sua Palavra nos guia, sua graça nos sustenta e sua misericórdia nos acompanha.
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